A última vez em que a seleção anfitriã conquistou a Copa do Mundo foi em 1998, com o primeiro título da França. Jogando em casa, os azuis fizeram 3 a 0 no Brasil na grande final, em grande atuação de Zidane.

Desde então, nenhuma outra torcida sentiu o mesmo gostinho que os franceses tiveram naquele dia. Algumas seleções tradicionais tiveram essa oportunidade, como a Alemanha, em 2006, e o Brasil, em 2014 — lembram?

Outros anfitriões não chegaram a ser vistos como reais candidatos ao título. Esse foi o caso, por exemplo, de Japão e Coreia do Sul (2002), África do Sul (2010) e Rússia (2018). Afinal, ou não tinham tradição no torneio ou faltava a qualidade necessária para poderem sonhar mais alto.

E quanto ao Catar, nesta edição da Copa do Mundo? Quais são as reais ambições da equipe e que chances ela tem de ir longe na competição?

até onde chegam os anfitriões

Qual a tradição do Catar no mundo do futebol?

Para os brasileiros, o Catar só costuma virar notícia em assuntos de futebol quando algum clube local contrata um jogador ou técnico conhecido. Afinal, o país já foi destino de muitos nomes conhecidos do futebol brasileiro.

Confira alguns dos exemplos mais conhecidos e por quais equipes do Catar cada jogador/técnico passou:

  • Dudu (Al Duhain)
  • Romarinho (Al-Ittihad)
  • Giuliano (Al-Nassr)
  • Emerson Sheik (Al-Sadd)
  • Paulo Autuori (Seleção do Catar)
  • Evaristo de Macedo (Seleção do Catar — categorias de base)

Devido ao poder financeiro, não é raro que a liga profissional do Catar atraia craques estrangeiros. Além disso, pelo menos um clube local já obteve destaque a nível continental. O Al-Sadd foi campeão da Liga dos Campeões da AFC nas edições de 1988-89 e 2011. Outras equipes, como o Al-Rayyan, o Al-Arabi, o Umm Salal e o El-Jaish chegaram até as semifinais do principal torneio de clubes do continente.

Com a seleção catari, a história é bem diferente. Por ser um país pequeno e com uma federação de futebol extremamente jovem (criada nos anos 1970), a equipe local sempre teve pouca tradição no continente asiático e nunca havia jogado uma Copa do Mundo antes de sediar o torneio — conquistando, assim, uma vaga automática para a competição.

No entanto, ao se tornar país-sede da Copa do Mundo de 2022, as coisas começaram a mudar por lá. E a principal prova disso foi a conquista inédita da Copa da Ásia, em 2019.

Até então, a seleção catari nunca havia passado das quartas de final do torneio. Na edição disputada nos Emirados Árabes Unidos, a equipe obteve 7 vitórias em 7 jogos. Para erguer a taça, superou seleções tradicionais no continente, como o Japão e a Coreia do Sul.

Muito dinheiro e desenvolvimento rápido

A conquista da Copa da Ásia, em 2019, foi fruto de um longo projeto de desenvolvimento do futebol local. O maior símbolo disso é a Aspire Academy, um centro de formação de jogadores que formou cerca de 70% dos jogadores da seleção catari. Com investimento bilionário, ela também ajudou a desenvolver equipes técnicas completas e uma forte cultura de futebol nesse pequeno país do golfo pérsico.

Mas não foi só. Parte do sucesso recente do Catar a nível local também se deve à atração de jogadores estrangeiros. Nos últimos anos, a federação local convidou diversos atletas a obter a naturalização catari e, com isso, convocações para a seleção do país. Exemplos disso são Rodrigo Tabata e Luiz Junior, brasileiros que já deram sua contribuição para a equipe do Catar.

O foco dos cartolas é que essas naturalizações ajudem no processo de desenvolvimento da seleção local. Ou seja, como elementos importantes em um período de transição. O objetivo é que, no futuro, a equipe seja formada quase totalmente por jogadores nascidos no país e formados nos centros locais.

No entanto, na Copa do Mundo deste ano, a seleção do Catar ainda contará com os serviços de alguns jogadores “estrangeiros”.

Qual o prognóstico para o Catar na Copa do Mundo?

Apesar dessa bela história de $uperação, o Catar não é favorito para passar de fase no Grupo A da Copa do Mundo. Cabeça-de-chave por estar sediando o torneio, terá a companhia das seleções da Holanda, Equador e Senegal.

Enquanto os holandeses são favoritos a passar em primeiro lugar, equatorianos e senegaleses são vistos como os principais candidatos a alcançar as oitavas de final. Afinal, o Equador obteve vaga direta na Copa, ficando atrás apenas de Brasil, Argentina e Uruguai nas eliminatórias sul-americanas. Já o Senegal é o atual campeão africano, sendo considerado a melhor seleção do continente pela maioria dos críticos.

Com isso, apesar de muitos analistas apostarem em uma classificação heróica do Catar, o nosso prognóstico é de que a seleção local dificilmente passará de fase no principal torneio de futebol do mundo.

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